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Rebundling: o que é e como influencia o sistema bancário

Amadurecimento do setor financeiro consolida fintechs, que oferecem cada vez mais serviços.

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Depois de alguns anos em processos de transição que transformaram o segmento financeiro em um dos mais tecnológicos do mercado, algumas instituições têm optado por “voltar ao passado” em alguns aspectos. Você sabe o que significa o termo rebundling? Não? E a expressão one-stop-shop? Também não? Então vamos explicar cada um deles. Confira!


Rebundling x Unbundling

As palavras rebundling e unbuling derivam da expressão em inglês bundling, que em tradução livre significa empacotar, algo que neste caso está associado ao fato de oferecer serviços dentro do mesmo pacote. Desta forma, unbundling é desempacotar e rebundling seria o mesmo que reempacotar. 

Até o ano de 2010, ocorria um movimento de fusões no mercado bancário e as aquisições estavam aquecidas. Uma mesma instituição bancária oferecia diversos produtos, como a conta corrente, cartões de crédito, empréstimo pessoal e financiamento de veículos. Tudo dentro de um único pacote de relacionamento bancário. Isso ficou conhecido como one-stop-shop.

Mas, após algum tempo, ocorreu um movimento de desagregação dos serviços devido a incentivos regulatórios que fomentaram ambientes mais competitivos e o surgimento de novos players, como as fintechs. Este movimento é conhecido como unbundling.


De volta ao passado?  

Paradoxalmente, é justamente uma novidade que possibilita às entidades retomar, em certa medida, os modus operandi do passado. O estudo Unbundling e Rebundling do setor bancário, feito por meio de uma parceria firmada entre as empresas Snaq, Alfa Collab, Fischer e Dealmaker, demonstrou que o Open Banking, a iniciativa do Banco Central que possibilita o compartilhamento aberto de dados, produtos e serviços de todas as instituições participantes, está estimulando esse processo.

Segundo o estudo, em curso contrário ao do unbundling, o processo natural de crescimento das fintechs passa pela criação e pelo lançamento de novos produtos, já que essas startups nascem solucionando problemas específicos e depois realizam a expansão do seu portfólio de produtos. Essa onda de agregação é chamada de rebundling. Porém, ainda distante do one-stop-shop visto nos bancos até início da década de 2010.

“Com o passar do tempo, as fintechs foram ocupando um espaço crescente no mercado financeiro, tornando-se, em alguns casos, companhias com grande número de usuários e elevado valor de mercado. Ao longo dessa jornada, essas fintechs começaram a perceber oportunidades em outros subsegmentos e a serem demandadas pelos seus clientes para ofertarem uma gama maior de soluções com a mesma experiência e o mesmo atendimento de excelência com os quais foram acostumados. Esse próximo passo das startups financeiras nessa direção ficou conhecido como ‘rebundling’ (que podemos chamar de serviços financeiros reagrupados)”, explica Bruno Diniz em artigo no site Isto É Dinheiro.

De acordo com postagem no site Fintechs Brasil, o fundador da Pay Ventures e diretor da ABFintechs, Marcelo Martins, afirma que o Open Banking tem capacidade de aumentar esse movimento: “O Open Banking irá potencializar a tendência de rebundling, uma vez que facilita a incorporação de novos produtos […], assim, não necessitando criar dentro de casa o produto ou ter que realizar acordos bilaterais”. 

Além dos bancos, as fintechs e empresas do segmento varejistas também podem ser beneficiadas com oportunidades, de modo que passem a se tornar pontos focais deste movimento, principalmente com a implementação do Open Banking.


As mudanças

Segundo o estudo, algumas das mudanças para os bancos devem ocorrer com relação à base de clientes, infraestrutura, volume de dados, funding, know-how e licenças. Esses são apenas alguns dos ativos de instituições financeiras tradicionais para criar em torno de si um ecossistema engajado, com grande potencial de atração de clientes.

Para que isso ocorra será preciso que haja uma mudança de postura por parte das instituições, de forma que seja tomada uma postura mais colaborativa a partir do desenvolvimento de produtos através de parcerias e abrindo seus canais.

“É papel dos líderes do mercado financeiro promover a colaboração entre os diversos atores, para que juntos ofereçam a melhor experiência para o cliente”, explicou Francisco Perez, diretor de Novos Negócios do Banco Alfa, na apresentação da pesquisa.

E agora que você sabe o que é rebundling, fica mais simples de compreender este processo que está ocorrendo no sistema bancário. Ainda é cedo para ter certeza sobre quais serão os próximos passos dados pelas entidades, mas estaremos atentos para deixar você por dentro de tudo que rola. 

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Fontes
https://fintechsbrasil.com.br/2021/07/22/open-banking-fomenta-onda-de-rebundling-no-setor-financeiro/
https://www.istoedinheiro.com.br/o-que-e-rebundling-a-proxima-onda-do-ambiente-fintech-do-pais/

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