A cada dia tem sido mais comum que empresas de diferentes segmentos passem a incorporar em seus portfólios produtos e serviços financeiros. Isso é possível graças ao movimento do Embedded Finance.
Em tradução livre, Embedded Finance, quer dizer “Finanças Integradas”. Trata-se de um modelo de negócio no qual entidades não financeiras utilizam e oferecem ferramentas e serviços financeiros ao seu público.
Quer um exemplo? O iFood é um aplicativo de delivery de comida. Mas também é o caso de uma empresa que não possuía relação direta com serviços financeiros e que agora possui uma conta digital.
As Finanças Embarcadas – outra nomeação para o movimento – envolve diversos serviços, tais como processamento de pagamentos ou empréstimos. Mas novas opções estão sendo inseridas e proporcionando uma evolução nesse mercado.
Um processo em constante aceleração
Ao longo dos últimos dois anos, a pandemia causada pelo novo Coronavírus fez com que ocorresse a aceleração das estratégias de digitalização em muitos setores, principalmente no setor de finanças incorporadas.
Com isso, aconteceu uma maior disponibilidade de APIs de fornecedores de serviços financeiros e, consequentemente, o valor de mercado do setor de Finanças Incorporadas aumentou. Inclusive, há a projeção de atingir cerca de US$ 138 bilhões até 2026, de acordo com a empresa de consultoria Juniper Research.
A implementação de estratégias de digitalização também deve aumentar, já que mais de três quartos dos compradores e vendedores afirmam que preferem o autoatendimento digital e o envolvimento humano remoto em vez de interações face a face.
Os usuários estão consumindo novas experiências e realizando isso com maior eficiência, permitindo que, tanto os players existentes, quanto as novas startups, prosperem dentro desse ecossistema.
Assim, a aplicação de novas tecnologias promove o aprimoramento na capacidade dos bancos de atender às expectativas desses consumidores cada vez mais experientes em tecnologia. Utilizados há bastante tempo no segmento de varejo de consumo, muitos dos aplicativos de finanças incorporados acabaram evoluindo para o espaço B2B e as opções devem continuar a crescer.
O mercado de Embedded Finance atual
Não diferente de outras tecnologias utilizadas pelas fintechs, as finanças incorporadas buscam atender os usuários em qualquer lugar que estejam, fornecendo a tecnologia que precisam em qualquer momento.
Nesse sentido, as finanças embarcadas possuem a oportunidade de reunir grupos díspares, mas relacionados: bancos trazem a experiência em transações de pagamento e podem fornecer empréstimos, os comerciantes e fornecedores possuem ótimos produtos para vender, além de um relacionamento mais estreito com o público, e as fintechs têm a experiência de fazer uma conexão com essas entidades, visando um melhor atendimento ao cliente.
Dentro disso, inúmeros setores podem sair ganhando com a implementação do modelo de finanças embarcadas. Conheça alguns deles:
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Buy Now Pay Later (BNPL): em tradução livre significa compre agora e pague depois. É uma opção de varejo que oferece aos compradores on-line a escolha de financiamento sem juros em compras no varejo de forma parcelada.
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Empréstimos de Ponto de Serviço do Marketplace: bastante semelhante ao BNPL, mas usado para compras comerciais maiores. Também é conhecido como financiamento de fatura.
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Banking as a Service (BaaS): Bankins as a Service ou BaaS é um modelo no qual um banco licenciado pode integrar seus serviços bancários digitais diretamente aos produtos de um negócio não bancário – como uma loja de varejo. Isso permite que empresas do setor varejista ofereçam serviços bancários a seus clientes – como empréstimos, contas de poupança, cartões de crédito, entre outros.
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Serviços de seguro integrados: Neste caso podemos utilizar como exemplo donos de carros da empresa Tesla. Eles possuem a opção de comprar um seguro diretamente da empresa por meio de suas contas Tesla online/baseadas em aplicações. Por meio do aplicativo da empresa é possível acessar todos os documentos da apólice de seguro, fazer alterações nas apólices e enviar reclamações diretas. A Tesla busca proporcionar uma experiência 100% digital e completa, podendo, assim, reduzir os custos associados às vendas e serviços tradicionais de seguros de automóveis.
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Aplicativos de navegação: A Google incorporou-se a fornecedores de soluções de estacionamento, Passport e ParkMobile. Isso permitiu que os usuários paguem facilmente o parquímetro a partir do aplicativo de navegação de direção.
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Fintech as a Service (FaaS): As Fintechs as a Service (ou FaaS) são fintechs que oferecem soluções financeiras a instituições não tradicionais, muitas vezes por meio de uma integração de softwares com o back office da instituição através do uso de APIs. Aqui podemos utilizar as empresas do varejo como exemplo. Elas podem usufruir da tecnologia disponibilizada pelas FaaS para criar as suas próprias soluções financeiras, podendo, assim, colocar a sua marca nos produtos que serão desenvolvidas considerando o perfil de cada negócio. Essa é uma forma das empresas criarem uma identidade de marca e também fidelizar clientes.
Até pouco tempo atrás eram necessários investimentos elevados para que empresas pudessem ofertar o modelo Embedded Finance. Mas, com o crescimento e maior acessibilidade de APIs, essas integrações ficaram mais fáceis.
No início, as instituições estavam relutantes a evolução dos processos digitais. No entanto, tiveram que se ajustar rapidamente devido à crescente demanda e expectativas dos usuários com relação aos serviços.
Com a chegada de novas funcionalidades ficou ainda mais evidente que os bancos tradicionais não estavam devidamente equipados para fazer movimentos digitais rápidos, ainda mais quando a pandemia trouxe o “novo normal”. As finanças embarcadas estão fazendo com que os bancos avaliem sua posição na jornada do cliente e determinem onde podem fornecer melhor valor, quais lacunas existem e com quem devem se associar.
As fintechs, mesmo que menores que esses bancos, conseguem oferecer essas soluções de maneira mais rápida e barata. Este é um momento no qual essas empresas podem unir forças para preencher determinadas lacunas que ainda dificultam a vida dos clientes.
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Fontes:
https://www.globalbankingandfinance.com/the-future-of-embedded-finance/
