Muito já falamos por aqui o quanto as fintechs trouxeram benefícios desde que chegaram ao mercado e como elas têm promovido uma verdadeira revolução em todo o ecossistema bancário e financeiro brasileiro.
Além das soluções tecnológicas, as startups financeiras também possibilitaram novas oportunidades para a população, principalmente para aqueles que por muito tempo estiveram em situação de exclusão de uma vida financeira ativa e com controle.
Apesar de toda uma movimentação para uma maior inclusão, ainda existe um elevado número de pessoas que não possuem relação com instituições financeiras. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e divulgada no mês de janeiro deste ano, cerca de 34 milhões de brasileiros não possuem acesso a conta bancária ou acessam aos serviços bancários com pouca frequência.
No ano de 2020, os números mostravam uma realidade ainda pior para esses usuários conhecidos como desbancarizados. Naquele ano, a pandemia causada pelo novo Coronavírus ainda estava em seu início, mas foi o sinal de alerta para que as empresas repensarem suas estratégias, já que vivíamos em um país no qual cerca de 45 milhões de pessoas não possuíam qualquer tipo de vínculo com empresas de serviços financeiros.
Um mar de oportunidades
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva em meados de 2017 o Brasil estava entre os 10 países com o maior número de desbancarizados do mundo. Porém, a pandemia trouxe alguns impactos para essa população. Entre eles, está a maior visibilidade deste grupo, que com a crise sanitária foi beneficiado por programas sociais como o auxílio emergencial e o “merenda voucher”.
Podemos dizer que este cenário colaborou para que fosse impulsionada a bancarização da população com pouco ou quase nenhum histórico financeiro. Também é importante destacar que houve o aumento do acesso à internet e da adoção de smartphones no Brasil nos últimos anos, algo que é visto como um um fator importante para a inclusão da população no universo das finanças.
Uma pesquisa realizada pela empresa americana, ComScore, buscou compreender o cenário da digitalização bancária na América Latina. Atualmente, 73% dos brasileiros possuem acesso ao internet banking, como é chamado o ecossistema das operações financeiras e de dados realizadas através das páginas de banco na internet.
O estudo da Comscore mostrou que a versão digital dos bancos chegou e vai ficar, até mesmo, já está consolidada em um nível geral em todo continente. E os números colocam o Brasil na liderança da digitalização bancária por aqui, ficando à frente de Chile, Argentina, Colômbia, México e Peru, como já comentamos em outra publicação.
Os bancos tradicionais perdem cada vez mais espaço
Nem tudo são flores dentro desse ecossistema. E, entre os obstáculos encontrados, a regulação talvez seja o grande desafio que o setor bancário tradicional enfrenta quando se trata da questão da inclusão financeira.
Segundo a Deloitte, empresa de auditoria e consultoria empresarial, esta é uma questão complicada. Nos últimos anos, a regulamentação mostrou ser um aspecto que limita a capacidade dos bancos e provedores de serviços financeiros tradicionais quando desejam inovar e caminhar junto a crescente mudança para o digital e o mobile-first.
Isso faz com que as fintechs sejam mais ágeis, justamente por serem nativas do digital, ficando sempre passos à frente de entidades tradicionais. Além disso, há situações nas quais os bancos não podem competir em determinados segmentos por motivos de exigências de capital mais pesadas se comparadas com as feitas para as fintechs.
No entanto, é importante que fique compreendido que a inclusão financeira, essa gerada pelas startups financeiras, não é apenas um objetivo em si, mas também um meio para um fim como facilitador e acelerador do crescimento econômico do país.
Há alguns anos que as startups têm sido ótimas aliadas para quem busca praticidade através do uso da tecnologia. Mas, muito mais que isso, deseja uma vida financeira mais ativa, segura e sem burocracia. Se hoje existem 34 milhões de brasileiros que não possuem algum tipo de relacionamento com entidades financeiras, esse número deve se reduzir ainda mais nos próximos anos.
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Fontes:
https://distrito.me/inclusao-financeira-fintechs/
https://fintechmagazine.com/financial-services-finserv/why-fintech-biggest-driver-financial-inclusion
https://blogs.worldbank.org/psd/fintech-and-financial-inclusion#:~:text=While%20globally%201.7%20billion%20adults,payments%20and%20cross%2Dborder%20remittances.