As fintechs estão sempre em busca de soluções tecnológicas para a realização de operações financeiras, e, com a entrada em vigor do Open Banking, essas startups esperam se tornar ainda mais ágeis para ofertar produtos e serviços aos usuários. Com o sistema financeiro aberto, as empresas poderão compartilhar diversos dados dos clientes, inclusive os financeiros. Claro que para que isso ocorra será necessária a autorização de cada pessoa.
Com o novo modelo entrando em vigor, as fintechs poderão ter acesso a informações que antes eram de exclusividade das instituições financeiras às quais o cliente possuía relacionamento. Essa possibilidade tem gerado expectativas. “Quanto maior o volume de informação liberado a respeito do consumidor — como ele paga, de que forma paga — melhor a avaliação de crédito. No final, esperamos utilizar uma gama enorme de informações que sempre existiram e não estavam disponíveis”, explica o presidente-executivo da empresa Bom Pra Crédito, Ricardo Kalichsztein, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Atualmente, somente essa fintech conta com mais de sete milhões de usuários e pode fechar o ano de 2020 movimentando cerca de R$ 800 milhões em sua plataforma. Ainda em 2019, a empresa firmou uma parceria com o Banco do Brasil para oferecer linhas de crédito, o que acabou possibilitando o compartilhamento dos dados entre as companhias. Segundo Kalichsztein, esta primeira ação serviu como um ensaio para a chegada do Open Banking. “Essa abertura retorna para os clientes como melhores condições e crédito mais barato, principalmente para aqueles que sempre tiveram compromissos pagos”, afirma o executivo.
Apesar da grande expectativa, nem todas as fintechs vão usufruir dos benefícios trazidos pelo Open Banking, por questões de infraestrutura e segurança. “Estamos agora mapeando os recursos que serão necessários para as empresas participarem”, disse o diretor de engenharia de software da a55, João Escribano, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Ele também faz parte do grupo de trabalho que se dedica a garantir a segurança para o sistema, que conta com a colaboração da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), da Associação Brasileira de Fintechs (AbFintechs) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Segundo Escribano, para que seja permitida a participação no sistema, será necessário o seguimento das normas e regulamentações, e as empresas precisarão responder pela segurança dos dados durante as 24h do dia. “Em paralelo, os clientes poderão revogar a autorização de compartilhamento de informação a qualquer momento. Nem todas as fintechs terão condições de por de pé e garantir a operação dessa arquitetura”, explicou.
Como irá funcionar
O Open Banking, ou sistema financeiro aberto, será possível por meio de APIs, que são conjuntos de protocolos que permitem a um sistema fazer conexão com outro, e assim consiga consumir dados de maneira padronizada. No Brasil, o sistema já possui regras fixadas, entre elas:
- Dados compartilhados de produtos e serviços de instituições participantes (localização de pontos de atendimento, características de produtos, termos e condições contratuais e custos financeiros, entre outros);
- Informações cadastrais dos clientes (nome, filiação, endereço, entre outros);
- Dados de transações, como saldo de contas de depósito, operações de crédito e demais produtos e serviços;
Inicialmente, os grandes bancos terão a obrigatoriedade de compartilhar estes dados. Primeiramente, o Open Banking exigirá que apenas os dados das instituições com relação aos seus canais de atendimento e produtos e serviços mais comuns sejam compartilhados. A implementação do sistema pode ocorrer até o final de 2021.
Quer saber mais sobre o mercado financeiro e como fazer parte dele? Entre em contato com a gente! Nós, da 4all, temos o time certo para fazer sua ideia decolar!
Fontes: