Quando compramos algo pela internet, muitas vezes não temos ideia da quantidade de sistemas, funções e acordos envolvidos até o “aprovado” aparecer na tela – ainda que muitas vezes esse processo seja quase instantâneo.
Isso acontece devido a uma série de fatores, entre eles, os gateways de pagamento. Em português, gateway pode ser traduzido como “porta de entrada”. E é exatamente isso que ele faz: “abre” uma passagem entre sistemas distintos, permitindo que as transações de pagamento sejam realizadas, funcionando como uma espécie de hub.
De forma simplificada, podemos dizer que se trata de uma interface que viabiliza a captação, transmissão e armazenamento de dados entre os clientes e as instituições financeiras, como bancos, operadoras de cartão e fintechs durante os pagamentos de produtos em uma loja virtual.
Como funciona
Em outra analogia, podemos dizer que o gateway atua como uma ponte que liga em segurança os clientes, as instituições financeiras e quem vai receber os pagamentos. A ferramenta possibilita o processamento de pagamentos online por meio de crédito, débito, transferências, boletos e até Pix, por exemplo.
Com ele, é possível conectar o seu negócio a diferentes adquirentes (como se fossem as “maquininhas de cartão” digitais) e manter centralizada toda a operação de pagamentos do seu negócio.
O sistema garante que, por meio dos dados fornecidos pelo usuário, o valor referente à compra seja enviado à instituição financeira escolhida pelo lojista. Dessa forma, o vendedor recebe os valores de acordo com os prazos e condições estabelecidas pelo banco ou operadora que ele optou, e o cliente pode escolher entre diversas formas de quitação da sua compra.
Passo a passo
Apesar de parecer um passe de mágica, há mais coisas entre os sistemas e os dados que possamos imaginar. Sem entrar em detalhes mais técnicos, podemos dizer que tudo acontece em sete passos principais. São eles:
- Após escolher o produto em uma loja virtual, o cliente vai para o checkout (página de finalização da venda) para concluir a compra.
- O gateway de pagamento tem integração com página de checkout (ou seja, não é necessário sair da loja virtual para prosseguir com o processo). Afinal, quanto menos atrito, melhor.
- O comprador disponibiliza suas informações, como endereço para entrega e dados de cartão, caso essa seja a forma escolhida para efetuar a compra.
- Ao clicar para finalizar a compra, o pedido é, então, criado pelo gateway de pagamento, que faz toda a comunicação com a adquirente, para que a transação seja, enfim, processada.
- Feito isso, a adquirente se comunica com as bandeiras e os bancos para verificar se as informações do cliente foram preenchidas corretamente e se certificar que há saldo disponível para concluir a transação. Depois disso, manda para o gateway uma confirmação.
- Após receber a confirmação da instituição emissora do cartão, o gateway envia essa informação para o antifraude, que faz uma checagem sobre a idoneidade daquela transação, cruzando dados de compra daquele cliente com o perfil transacional do e-commerce.
- Com a transação aprovada também pelo antifraude, uma mensagem é enviada ao cliente para comunicá-lo de que seu pagamento foi aprovado e que, daquele momento em diante, seu produto será preparado para envio.
Vantagens
Um dos principais fatores que leva as empresas a optarem pelos gateways é a integração simples com qualquer tipo de sistema. Com ele você pode:
- Simplificar a conexão da loja virtual com operadoras e bancos;
- Ter mais facilidade para gerar relatórios financeiros de forma integrada;
- Controlar melhor o fluxo de transações (o que gera mais transparência na gestão);
- Adaptar-se a praticamente qualquer tipo de processo de cobrança;
- Trabalhar com grande parte das principais bandeiras de cartão;
- Oferecer transações mais ágeis;
- Ter opções de pagamento diversificadas, incluindo compra com um clique e pagamento com dois cartões;
- Conseguir melhores negociações de taxas e redução de custos;
- Oferecer mais segurança e proteção de dados.
Com ele também é possível disponibilizar a modalidade de pagamentos recorrentes. Esse tipo de serviço é muito comum em alguns negócios, como academias, clubes de assinatura, escolas e empresas.
Por meio do gateway é possível gerenciar assinaturas pré-pagas, pós-pagas, com cobranças em dias específicos, com matrículas, descontos ou itens temporários. Em geral, a interface oferece ao lojista a possibilidade de gerar faturas automáticas ao final de cada ciclo de cobrança, oferecendo, assim, mais transparência para os seus assinantes.
Maior efetividade nas vendas
No Brasil, de acordo com um estudo do E-commerce Radar realizado em 2018, a taxa de desistência de compras no e-commerce é de 82%. Mas, felizmente, o gateway de pagamento é um aliado para contornar este desafio. Isso é possível por meio de funcionalidades como a retentativa e o link de checkout.
O abandono de carrinho ocorre quando o cliente escolhe os itens da loja, mas não efetua o pagamento. Com o gateway, você pode usar o link de checkout, configurando o disparo de um SMS ou e-mail, para que o cliente receba uma página com um lembrete para concluir a compra em ambiente seguro.
Em alguns casos, quando um cartão é recusado, a conexão com o banco ou a adquirente pode ter falhado. Neste cenário, o sistema envia automaticamente uma nova tentativa de pagamento para outra opção. Você também pode programar, manualmente, que a tentativa de cobrança seja feita novamente em alguns dias.
O que levar em consideração
Quando lidamos com dinheiro e com dados, todo o cuidado é pouco. Por isso, é importante ressaltar que ao usar um gateway, o lojista é o responsável por todas as transações financeiras do seu e-commerce.
Portanto, esse sistema é indicado para lojas virtuais que estão dispostas a assumir tais riscos em troca de ter mais controle sobre a gestão financeira, sem a necessidade de terceirizar um serviço de pagamento online.
Nesses casos, pensando na segurança e sustentabilidade do próprio negócio, é necessário contratar separadamente um sistema antifraude e outro de análise de riscos. Assim, é preciso prestar muita atenção aos seguintes aspectos na hora contrar um gateway de pagamentos para seu e-commerce:
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Sistema de alta segurança: Um bom gateway precisa dispor de um sistema de criptografia dos dados para evitar a exposição e o vazamento de informações privadas.
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Bom suporte e atendimento: Por tratar-se de um sistema online, alguns imprevistos podem acontecer. Portanto, é primordial poder contar com um time de atendimento preparado para te ajudar.
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Estabilidade: Escolha trabalhar com um sistema que garanta estabilidade. Já que, sem o gateway de pagamento funcionando adequadamente, seus clientes não poderão comprar em sua loja.
As diferenças entre gateway e intermediador de pagamento
Mesmo que bem parecidos, os gateways e os intermediadores, também conhecidos como subadquirentes, possuem algumas diferenças.
As subadquirentes fazem a intermediação dos pagamentos entre todas as partes envolvidas – adquirente, banco, bandeira, consumidor e e-commerce. Elas são muito usadas por lojas menores devido à praticidade, já que é possível começar a aceitar pagamentos online com apenas uma integração. A subadquirente faz sua cobrança em porcentagem das vendas, algo que varia de 3 a 7%.
Já o gateway, como comentamos, atua como uma ponte, passando as informações para a adquirente. E é ela que fica responsável por processar a compra e comunicar ao gateway, diferentemente da subadquirente, que é a própria responsável por analisar todas as informações e já processar a compra, cuidando do relacionamento com todos os players dali para frente.
A vantagem, portanto, é que o gateway funciona como um hub, em que o comerciante pode, em um único lugar, integrar as adquirentes, antifraude e conciliadores. Quando a venda é realizada por meio de um gateway, quem faz o repasse dos recebíveis ao lojista é a própria adquirente, e o prazo também depende do que foi acordado com ela.
É importante ressaltar que o modelo de gateway é ideal para quem está em acelerada expansão ou tem perspectiva de crescimento rápido no e-commerce. Afinal, a forma de cobrança de um gateway de pagamento é de acordo com a quantidade de transações realizadas, ou seja, quanto maior for o seu volume de vendas, mais você economizará por transação.
E se a compra não der certo?
Se por algum motivo o usuário do cartão abrir uma reclamação de desconhecimento da compra, a operadora se verá obrigada a gerar o temido chargeback (estorno na compra) por desacordo comercial.
Como no gateway de pagamento o lojista se responsabiliza por todas as transações financeiras em ambiente próprio, é ele quem será acionado para devolver o valor correspondente ao consumidor e assumir o duplo prejuízo — pagamento não recebido e produto não retornado ao estoque.
A dica é contar com um sistema de gestão financeira que dê o suporte necessário para que isso não ocorra.
Quanto custa ter um Gateway de Pagamento?
Os pacotes de recursos e serviços variam muito. “Os planos de contratação normalmente são baseados em pequenas taxas fixas por transação, cobradas de forma pré-paga ou pós-paga com mensalidade, igual a telefone celular.
Além disso, eventualmente é cobrada uma taxa de ativação”, explica a publicação no site Ecommercebrasil. Para saber qual gateway é melhor para a sua empresa, primeiro é preciso analisar se a plataforma de sua loja virtual comporta a ferramenta de pagamento escolhida.
Também é preciso estudar as taxas cobradas por cada uma das partes envolvidas no processo, que inclui as administradoras de cartões e os bancos, fazendo um paralelo com a tarifa cobrada pelo gateway, e assim saber qual a melhor combinação para você.
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