Dia 02 de fevereiro de 2020.
A democratização da tecnologia, como o caso da carteira digital, trouxe grandes mudanças, ainda mais quando se trata da liberdade para que os negócios possam se adaptar. Uma empresa que sempre seguiu em segmentos específicos pode muito bem começar a visar novos mercados e trabalhar em iniciativas disruptivas. Isso se deve, principalmente, a uma abundância de informações de fácil acesso.
É através de movimentos que buscam um impacto diferente daquilo que nasceu como proposta inicial que isso acontece. Empresas que sempre trabalharam em um segmento específico, como o varejo, e hoje funcionam com pensamentos de negócios tech. Como é o caso da MagazineLuiza, que se reinventou digitalmente para permanecer competitiva.
Essa adaptação também pode ser vista no mundo financeiro. As fintechs têm mostrado caminhos diferentes que podem ser percorridos fora dos contextos de grandes bancos. E empresas entram nessa corrida para conseguir explorar ao máximo seu potencial em meio a um mercado em constante evolução.
A Cosan é um reflexo direto disso. Uma grande companhia do mundo da energia que decidiu entrar no mercado financeiro, criando sua própria fintech, a Payly.
Uma gigante com mais de 80 anos
A Cosan atualmente é um grupo de empresas. Seu leque gira em torno de Raízen, Comgás, Moove e Rumo.
As empresas respectivamente trabalham com energia, logística e produção. O grupo que em 1936 era apenas uma usina de cana de açúcar, se tornou uma peça fundamental na distribuição e produção de energia no Brasil. Evoluiu a tal forma que suas unidades de negócio se complementam e criam um ecossistema próprio.
A Rumo, especializada em transporte, serve de apoio para que outros negócios da Cosan recebam os produtos de seus fornecedores. A Raízen e a Comgás trabalham com energia, mas cada uma em um segmento diferente: enquanto uma se especializa na matéria prima para combustíveis e depois distribuí-los (postos Shell fazem parte da Raízen), a outra trabalha com gás natural para abastecer segmentos industriais, residenciais e automotivos. A Moove, por outro lado, atua com a venda de lubrificantes. Marcas como Mobil e Comma fazem parte de seu portfólio e podem ser encontradas tanto nos postos Shell quanto fora do país.
Todas essas empresas conseguem ser parte de um sistema que trabalha a favor de todo o grupo. Mas existe uma forma de reforçar ainda mais essa união? De mostrar que todo esse complexo de marcas podem conversar ainda mais entre si e ampliar o ecossistema? A Cosan achou a resposta para essa pergunta através da “desintermediação financeira”, ou seja, propôs a integração de todo o seu ecossistema através de um meio de pagamento próprio, a Payly.
O nascimento da Payly – carteira digital da Cosan
Como vimos anteriormente, a democratização da tecnologia promove a adaptação dos negócios. A acomodação dos bancos tradicionais não permitiu que enxergassem uma visão de futuro em relação às carteiras digitais e pagamentos feitos por meio digital. E isso deu espaço para que empresas pudessem alinhar seu pensamento tech com as suas ideias em relação ao mercado financeiro.
Diferente das demais carteiras digitais que focam na pessoa física, o desafio era criar um melhor meio de pagamento que fizesse sentido para o varejista, que fizesse sentido e tirasse proveito das fortalezas do ecossistema do grupo Cosan.
A ideia veio com a premissa de se adiantar a tendência dos pagamentos instantâneos feitos via celular e sem a necessidade do intermédio de bancos tradicionais. Ou seja, a Payly nada mais é que uma carteira digital onde o usuário pode guardar/receber seu dinheiro e realizar pagamentos totalmente pela plataforma. Basta o estabelecimento que você for fazer o pagamento também estar vinculado a empresa. Sem bancos, sem maquininhas de cartão e sem burocracia. Apenas os smartphones fazendo a transação por QR Code.
Atualmente a fintech possui mais de 500 mil downloads e traz como benefício principal a sua taxa é muito abaixo do mercado para o varejista. São apenas 0,6% em relação aos quase 5% cobrados pelas máquinas de cartão. Além da praticidade que a carteira digital dá aos usuários, a Payly ainda é custo benefício para aqueles estabelecimentos que querem lucrar mais com as suas vendas.
A revolução financeira e as carteiras digitais
Este movimento é apenas um exemplo de adaptação a partir da tecnologia, em outras palavras, é a indústria entrando no mercado de meios de pagamento. A carteira digital Payly estará presente nos pontos de contato dos clientes da Cosan, ajudando a criar um ecossistema cada vez mais forte. Facilidade que, aplicada dentro de um contexto com várias empresas, vai trazer benefícios no futuro. Menos taxas de transações e toda a movimentação monetária trabalhando em uma plataforma controlada.
Esse projeto nasceu fruto de uma parceria entre Cosan e a 4all. Foi identificado, de forma coletiva, que a revolução financeira tem um grande potencial de crescimento a partir do varejo e da indústria. Isso porque em meio a um mercado tão saturado, ter seu próprio meio de pagamento está se tornando um movimento natural.
A inspiração veio do WeChat e do AliPay, que são muito populares na China e possuem seu sistema de pagamento e carteira digital vinculado a e-commerces. Mas, quando a ideia foi trabalhar entre Cosan e 4all, o objetivo sempre foi estar presente no dia a dia do cliente. Ser peça fundamental em suas atividades e contribuir para que financeiramente seja cada vez mais simples.
A 4all foi importante nesse processo. Foram 5 meses de desenvolvimento para construir um time que tiraria o negócio do papel. A Cosan consumiu o nosso hub para se reinventar.
Carteira Digital – Desafios de um novo mercado
Para construir a cultura desse novo negócio que estava nascendo era importante ter um time integrado.
Em todo projeto é importante um time inteirado com a ideia principal. Na construção da Payly, a escolha de quem iria colocar o projeto para frente tinha que ser alinhada com a proposta de mercado que estavam se inserindo. Para isso, foi importante trazer pessoas que entendessem que o modelo que a Cosan estava aderindo era arriscado mas tinha um potencial disruptivo e com grande impacto em outros mercados.
Outro grande desafio, além da adaptação, foi educar o consumidor. Em outros países essa realidade é de fácil absorção. Porém, aqui no Brasil, ainda estamos alimentando essa cultura nova de centralizar os pagamentos pelo smartphone. O processo para aumento de contas e se expandir é gradativo. Além da própria empresa saber lidar com os avanços tecnológicos, é preciso entender que o cliente também vai passar pelo mesmo processo. Ele precisa se acostumar com carteiras digitais, pagamento online, e aprender a confiar em startups que fazem o processo de transação sem a participação dos bancos tradicionais.
Mas a economia nas transações é apenas o primeiro pilar de uma estratégia que vai além do aspecto financeiro. A Cosan e a 4all se uniram na criação da Payly que o time to market é essencial na corrida pelo futuro das fintechs se adaptando através da tecnologia para conquistar espaços diferentes no mercado.