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Bloqueio de criptomoedas na China: as repercussões até agora

Conheça os principais pontos e desdobramentos da decisão.

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No último dia 24, a China balançou o mundo das criptomoedas com um anúncio do seu banco central prometendo efetuar o bloqueio de criptomoedas, erradicando o comércio de bitcoins e outras moedas virtuais, inclusive proibindo a mineração de criptomoedas em todo o país. 

O documento foi entendido como um “fechamento de cerco” ainda maior ao mercado de criptoativos. Mas, apesar de causar um alvoroço no noticiário internacional, essa história não começou na última semana. Na verdade, essa proibição é uma posição do banco central chinês de 2013 e foi reforçada publicamente em várias outras ocasiões, sendo as mais conhecidas em 2017 e no último mês de maio.

No documento, o Banco Popular da China afirma que “as atividades comerciais relacionadas às moedas virtuais são atividades financeiras ilegais”. A principal novidade é que o texto esclarece algumas questões que eram consideradas “cinzentas” na regulação do país. Por exemplo: a China já proibia a oferta de serviços de corretagem de criptomoedas e agora fala em investigação e sanções às empresas estrangeiras que o fizerem. 

Em seu comunicado, o banco central chinês advertiu que aqueles que não respeitarem as normas serão “investigados por responsabilidade penal, de acordo com a lei”, reforçando a linha dura adotada pelo país. A medida se estende até mesmo às corretoras que operam fora do território chinês, bem como aos seus colaboradores, sejam nativos ou não. A regulamentação, no entanto, não chega a declarar a propriedade de criptomoedas como ilegal.

O texto cita uma série de exemplos do que está proibido, como operações de câmbio com ativos digitais, negociação de derivativos de criptomoedas, serviços de análise de preços, emissão de tokens, entre outros. A maioria, entretanto, já era considerada ilegal  há bastante tempo. Ou seja: é possível ter criptomoedas, só não se pode fazer nada com elas.

Segundo alguns especialistas, isso tudo aconteceu porque as criptomoedas têm como principais características serem totalmente digitais e não serem emitidas por nenhum governo (como é o caso do Real ou do Dólar). Assim, não podem ser rastreadas pelo banco central de um país, o que dificulta sua regulamentação. Além disso, esta ofensiva contra as criptomoedas também abre as portas para que a China introduza a sua própria moeda digital, o que já está em processo e permitiria ao governo central controlar as transações.



As principais repercussões até agora

De acordo com o site Isto É Dinheiro, a nova proibição geral de Pequim, que é a mais ampla já feita por uma grande economia, fez com que corretoras e provedores de serviços corressem para cortar relações comerciais com clientes da China continental.

A Huobi Global, uma das maiores corretoras de cripto, disse que irá suspender todas as contas de usuários do país até o final deste ano. Em um comunicado divulgado na semana passada, a corretora disse que descontinuou o registro de novos usuários desde a sexta-feira do comunicado chinês.

Outra consequência desse fechamento de cerco, digamos assim, foi que o governo chinês pode, sem querer, ter sido o motor para um novo episódio de crescimento na adoção de Finanças Descentralizadas (DeFi). Conhecidas pela garantia ao anonimato, as soluções deste segmento de criptomoedas registram forte alta em preços e volume de negociação logo depois que a China interveio mais uma vez no mercado de moedas digitais. A medida afetou principalmente as bolsas tradicionais de criptomoedas, que têm gestão centralizada e tiveram que passar por uma guinada na adequação a regras de compliance, que implica diretamente no reforço de políticas de verificação de identidade. 

Ao contrário, as bolsas descentralizadas de criptomoedas não têm uma entidade única controladora, já que as operações são processadas por smart contracts (contratos inteligentes), que são autônomos e criados por coletivos de programadores muitas vezes anônimos. A questão é que, se por um lado esses softwares colocam o dinheiro do usuário em um risco maior, de outro, as pessoas parecem cada vez mais dispostas a pagar o preço para ocultar sua identidade, seja para escapar de impostos ou da repressão governamental.

A última investida do governo chinês contra as criptomoedas na semana passada não atingiu corretoras e empresas. O país bloqueou o acesso aos principais sites de monitoramento de preços de ativos digitais e relacionados a eles de maneira geral. Essa nova proibição segue a promessa de intensificar o combate às criptomoedas no país. 



Como fica o Bitcoin? 

Na sexta-feira (24) o cofundador da Wise&Trust e autor do livro “O futuro do dinheiro”, Rudá Pellini, cedeu uma entrevista ao site TecMundo sobre o caso chinês. Segundo o especialista, os efeitos proibitivos da China eventualmente não terão tanta influência no mercado, representando apenas catalisadores temporários da volatilidade dentro de um panorama muito maior.

Na publicação, Pellini explica que “é mais importante entender esse ativo sob o ponto de vista tecnológico e estar ciente de que a volatilidade irá acontecer independente da China, Elon Musk ou de qualquer outra notícia ou decisão.” Segundo ele, as medidas apenas refletem mais uma tentativa de manter o fluxo de capital da população sob controle, possivelmente relacionando-se também com o plano de lançamento do Yuan Digital, a “criptomoeda” do governo chinês.

A mais famosa das criptomoedas, o Bitcoin, iniciou o mês de outubro com um forte — e súbito — movimento de alta em seu preço. Nesta sexta-feira (1), ele saiu da casa dos US$ 43.400 e disparou rumo aos US$ 48.000 em alguns minutos, graças à liquidação de cerca de US$ 270 milhões em operações em short, ou seja, de usuários apostando em sua queda, informou o site Tecmundo.

Agora, o jeito é seguir monitorando o comportamento do governo chinês e os desdobramentos que essas proibições trazem para o mercado.



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Fontes:
https://www.moneytimes.com.br/huobi-encerrara-contas-de-todos-os-usuarios-chineses-apos-proibicao-ao-setor-cripto-no-pais/
https://www.infomoney.com.br/mercados/chineses-adotam-financas-descentralizadas-para-driblar-repressao-a-criptomoedas/
https://www.cnnbrasil.com.br/business/china-amplia-restricoes-e-proibe-mineracao-de-criptomoedas-em-todo-o-pais
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/09/24/banco-central-da-china-declara-ilegais-todas-as-transacoes-com-criptomoedas.ghtml https://exame.com/future-of-money/analise-criptomoedas-na-china-como-proibir-algo-que-ja-era-proibido/
https://www.infomoney.com.br/guias/criptomoedas/ https://www.terra.com.br/noticias/tecnologia/china-bloqueia-sites-e-informacoes-relacionadas-a-criptomoedas-no-pais,cd4340be3314fcee92bb3560cec519bbhoxpkejh.html
https://www.tecmundo.com.br/mercado/226096-bitcoin-dispara-us-47-mil-liquidacao-usuarios.htm
https://www.istoedinheiro.com.br/bolsas-de-criptomoedas-correm/

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