Dia 27 de maio de 2020.
Gigantes da tecnologia, lojas de roupas, de departamentos e até de eletrodomésticos têm criado suas próprias soluções financeiras. E, ao que tudo indica, mais empresas querem entrar (ou melhor, voltar) para esse mercado: as operadoras de telefonia. Um dos principais ingredientes para o sucesso elas já têm: o acesso diário a milhares de brasileiros. Afinal, os celulares se tornaram os nossos melhores amigos (deixando cães e gatos para trás, ultrapassando até mesmo o whisky, para desespero de Vinícius de Moraes).
Esse interesse das telefônicas em oferecer meios de pagamentos e até mesmo carteiras digitais não é de agora. Talvez você até se lembre de algumas tentativas em um passado não tão distante, como o serviço “Meu Dinheiro Claro”, que funcionava como uma carteira digital em parceria com o Bradesco; o “TIM Multibank”, que permitia até pagar boletos (mas era preciso digitar manualmente todos os números do código de barras); e o Zuum, da Vivo, que funcionava como uma conta digital. Apesar de essas ideias serem bastante utilizadas atualmente, todas as iniciativas acima foram descontinuadas. Pouco tempo depois, as fintechs surgiram com soluções bastante semelhantes e uma roupagem totalmente nova. O caminho estava aberto.
Observando o mercado, é fácil perceber que é apenas uma questão de tempo para que as empresas de telefonia voltem à cena financeira. “O volume de celulares capazes de acessar o 4G cresceu 18% em 2019 […]. Com isso, o Brasil fechou o ano com 24 milhões de novas linhas que acessam a quarta geração de telefonia móvel. O 4G se consolidou como a principal tecnologia de conexão móvel do país. Enquanto ela reúne 154 milhões de linhas, o 3G soma 43 milhões de acessos. Já os pontos de banda larga fixa são 33 milhões”, aponta publicação do site Uol. E nós já sabemos quem oferece esses serviços…
Outro aspecto crucial para a retomada do interesse das teles é que as pessoas não somente se acostumaram a usar serviços financeiros de forma online, mas passaram a desejar esses serviços. Cartões roxos, verdes e amarelos passaram a ser quase um sinônimo de status. Um levantamento recente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e do SPC Brasil feito em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas indica que 40% dos entrevistados utilizaram cartão de crédito de alguma fintech nos últimos 12 meses.
Esse possível retorno foi um dos temas abordados durante a live “A desmaterialização do dinheiro em tempos de pandemia”, que contou com a presença do head de estratégia e transformação da TIM, Renato Ciuchini. Para ele, “As operadoras móveis brasileiras deveriam trabalhar em conjunto na construção de uma carteira digital voltada para os clientes pré-pagos”. “Todas as operadoras estão estudando (a criação de serviços financeiros) e possuem grupos de trabalho sobre o assunto”, comentou Ciuchini. “O mercado de telecom precisa evoluir. O cliente é sedento por crédito e gigabytes. Queremos monetizar a base fora do nosso core business”, acrescentou. Evidentemente, são possibilidades e ainda não é possível afirmar categoricamente como e quando esses serviços estarão disponíveis, mas provavelmente será em breve.
Juntas ou separadas, a volta das telefônicas é eminente. Em um mundo cada vez mais conectado, é de se esperar que quem oferece o acesso a tantas informações e possibilidades também queira lucrar com isso. O mercado das fintechs está se consolidando no Brasil e ainda há espaço para novas iniciativas na área. A sua ideia pode ser a próxima a trazer novos padrões de consumo. Quer fazer a sua fintech decolar? Fale com a 4all 😉
Fonte:
https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas
https://blogdoiphone.com/2020/01/pagamento-celular-operadoras/