Os pagamentos conta a conta (A2A — do inglês account-to-account) estão decolando, impulsionados por transações em tempo real. Eles já eram populares para casos de uso business-to-business (B2B) e pessoa-a-pessoa (P2P). Hoje, o método A2A está emergindo com força nos pagamentos pessoa-empresa (P2B) — e isso está revolucionando o mercado.
Em 2022, os pagamentos A2A representaram cerca de 9% do valor global das transações de comércio eletrônico, o equivalente a aproximadamente 525 bilhões de dólares. Os dados são do estudo The Global Payments Report 2023, que mapeou quase 70 esquemas de pagamento do tipo. O levantamento é realizado pela FIS, uma fornecedora de soluções tecnológicas para comerciantes, bancos e mercados de capitais. O relatório está em sua oitava edição e traz uma análise dos meios de pagamento em 40 países.
Principais insights
Segundo o estudo, os gastos com cartão de crédito ultrapassaram 13 trilhões de dólares em todos os canais em 2022. As carteiras digitais ampliam seu domínio. Alipay, PayPal e Apple Pay são os principais meios de pagamento mundiais em e-commerce (49%) e em pontos de venda (PDV), com cerca de 32% de participação. Com isso, correspondem a cerca de 18 trilhões de dólares em gastos do consumidor.
Já o dinheiro em espécie não é mais o rei, mas continua a desempenhar um papel importante na maioria das economias, com mais de 7,6 trilhões de dólares em gastos em 2022.
No mesmo período, os pagamentos A2A contabilizaram 525 bilhões de dólares no comércio eletrônico global. As vantagens desse tipo de pagamento o torna atraente para todos os envolvidos: os comerciantes, que reduzem custos (as taxas são menores porque as transações não são intermediadas pelas redes de cartões e, portanto, não estão sujeitas a taxas de intercâmbio), sem contar a liquidação instantânea. Já os consumidores ganham em segurança, simplicidade e rapidez. Além disso:
- No Brasil, a popularidade do Pix dobrou a participação da A2A no e-commerce em apenas um ano. Em 2021 a taxa era de 12%, saltando para 24% em 2022. As projeções apontam que deve chegar a 35% em 2026;
- O crescimento de pagamento A2A no e-commerce foi de 71% entre 2021 e 2022 nos países latinos pesquisados.
América Latina
O modelo A2A vem crescendo em várias partes do mundo. Na América Latina, diversos países oferecem formas de transação do tipo, entre eles Brasil, Argentina e México.
Brasil
No cenário brasileiro, o principal destaque em meios de pagamento é o Pix. Ele é de fato um sucesso: em julho deste ano, por exemplo, foram mais de três milhões de transações que movimentaram o valor de R$ 1.422.846, segundo o Banco Central.
Cerca de 800 empresas oferecem Pix, incluindo bancos, fintechs e instituições públicas. O levantamento aponta ainda que as taxas médias nas transações Pix são de 0,22%, ante 1% para cartão de débito e 2,2% para cartão de crédito.
Argentina
Em 2022, o Banco Central da Argentina (BCRA) estabeleceu uma série de novos regulamentos do Open Banking para pagamentos A2A, incluindo a interoperabilidade de QR codes. Estas iniciativas provavelmente aumentarão a sorte do MODO, um método de pagamento A2A iniciado pelos bancos argentinos durante a pandemia. Oferecido por 33 bancos (a partir de 2022), o MODO foi lançado para competir com o mercado líderes como Mercado Pago.
México
Os pagamentos em tempo real não pegaram tão rapidamente México. Seu principal sistema A2A, CoDi, teve baixas taxas de adoção por comerciantes e consumidores. Isso é em parte porque o CoDi exige uma conta bancária e o México tem uma grande população desbancarizada. Segundo o estudo, também houve pouca campanha de conscientização. Outro problema é que o CoDi é limitado a um conjunto finito de instituições financeiras registradas.
Pix: sucesso absoluto
O método de pagamento brasileiro foi um dos grandes destaques do relatório, que apontou como vantagens “sua simplicidade de uso e sua abrangência democrática”. Indivíduos, empresas e entidades governamentais podem enviar ou receber transferências em poucos segundos, a qualquer hora, 24 horas por dia, sete dias por semana.
Segundo o BC, os pagamentos pessoa a pessoa (P2P) são o caso de uso mais comum da ferramenta, representando 67% de todas as transações. No entanto, embora os pagamentos pessoa-empresa (P2B) representem apenas 23% das transações Pix em 2022, essa participação está crescendo. O número de transações P2B aumentaram 209% entre outubro de 2021 e outubro de 2022, de 152 bilhões para 472 bilhões.
Atualmente a ferramenta suporta uma ampla variedade de casos de uso, como:
- Transferências de dinheiro de pessoa para pessoa (P2P);
- Pagamento person-to-business (P2B) em lojas físicas, e-commerce ou boleto pagamentos;
- Pagamento business-to-business (B2B) de prestadores de serviços ou
fornecedores;
- Pessoa para governo (P2G) ou empresa para governo (B2G), por exemplo, pagamentos de impostos ou serviços públicos; e pagamentos governamentais aos cidadãos (G2P) como restituições de imposto de renda, benefícios sociais, subsídios, etc.
“O sistema de pagamentos em tempo real do Banco Central está configurando um exemplo global de como o dinheiro pode circular no século XXI; é um sistema transformado pelo poder do telefone celular. Dessa forma, ele está atingindo rapidamente seu objetivo declarado de digitalizar os pagamentos de varejo no Brasil”, aponta o relatório.
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