Dia 15 de abril de 2020.
Momento pede medidas eficazes e rapidez para fazer com que o dinheiro chegue a quem mais precisa. Entenda o papel dos bancos na crise.
Ninguém está realmente preparado para enfrentar uma pandemia e atender a todos os anseios do público, especialmente instituições com um leque de clientes tão diversificados como os bancos. Porém, é inegável que o setor financeiro tem um papel fundamental na tentativa de diminuir os danos sociais causados pelas necessárias medidas para o enfrentamento da doença, como o isolamento social e o fechamento de comércios.
O próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou recentemente que a atual crise por conta do coronavírus vai gerar entendimentos diferentes sobre o papel dos bancos e seu capital. De acordo com publicação do site Uol, em videoconferência com executivos do Credit Suisse, Campos Neto fez, ainda, um apelo para que essa grande crise seja transformada em oportunidade de avançar com as reformas, mas ressaltou ser óbvio que o momento agora é de lidar com as medidas emergenciais.
Muitas são as possibilidades, dentro e fora do ecossistema financeiro para lidar com o cenário atual, e certamente não há uma fórmula única e mágica para resolver os problemas. Em entrevista ao canal jornalístico “My News”, o economista Armínio Fraga defende que os bancos devem continuar trabalhando, para que os pagamentos e os cartões continuem funcionando. Afinal, quase todas as atividades econômicas passam, em algum momento, pelos bancos.
Ele ainda ressalta que o momento pede cooperação das organizações públicas e privadas para que as medidas se tornem eficazes, além de reforçar a importância da manutenção da concessão de crédito nesse ecossistema. Já o presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, afirmou, em videoconferência para o site “Valor Econômico”, que: “Os bancos devem fazer com que a liquidez chegue o mais rapidamente às pessoas que precisam.
O setor financeiro deve, juntamente com o tesouro, Banco Central e BNDES, exercer uma liderança”. Um exemplo, segundo Rial, é a linha de crédito para o pagamento das folhas salariais, que envolve o setor público e privado. Além disso, a negociação de prazos e financiamento de faturas, entre outras ações, são medidas que os bancos estão tomando para tentar amenizar os impactos da crise.
Na iniciativa pública, diversas alternativas estão sendo implementadas para diminuir os efeitos negativos da pandemia. O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) adotou medidas como:
Crédito para folha de pagamentos, que irá financiar até dois salários mínimos por empregado, por dois meses;
linha emergencial de crédito para o setor da saúde, para a ampliação de leitos e compra de equipamentos médicos e hospitalares;
expansão da linha de crédito para o capital de giro de pequenas e médias empresas;
concessão da suspensão temporária por prazo de até seis meses de amortizações de empréstimos contratados junto ao BNDES, nas modalidades direta e indireta às empresas afetadas pela crise;
transferência de recursos para o FGTS, para atender os trabalhadores.
Atualmente, não é possível fazer muito mais que previsões sobre os próximos meses e ninguém sabe ao certo quais as medidas que serão as mais eficazes para atender à população e às empresas. A certeza é que o setor financeiro é uma peça fundamental na engrenagem de combate à pandemia.