As mudanças no setor financeiro são recorrentes e em muitos casos irreversíveis. Dentre todos os movimentos que vêm ocorrendo, os pagamentos sem a utilização do dinheiro em espécie podem ser considerados um dos mais significativos.
Nos anos de 2020 e 2021 houve um verdadeiro boom dos pagamentos sem contato. A modalidade foi até mesmo recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar o contágio pelo novo coronavírus ao tocar superfícies contaminadas, como os teclados das maquininhas de cartão. Além é claro da praticidade e rapidez durante seu uso.
Um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), mostrou que em 2020 as compras pagas por aproximação cresceram 330% em comparação a 2019 e, em 2021, somente no segundo trimestre o aumento foi de 694% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A utilização desses meios tem sido tão frequente, que a pesquisa feita pela consultoria PwC mostrou que em breve seremos uma sociedade global cashless, ou seja, sem uso de dinheiro em espécie.
Um salto dos números para os próximos anos
O estudo realizado pela PwC em parceria com a Strategy&, mostrou que o volume global de pagamentos invisíveis, ou sem uso de dinheiro em espécie, pode aumentar ainda mais nos próximos anos.
Os dados prevêem um salto de mais de 80% de 2020 a 2025, saindo da casa de 1 trilhão de transações para cerca de 1,9 trilhão. Já para 2030 o total de transações poderá ser triplicado. Neste cenário de crescimento e avanço da utilização dos mais modernos meios de pagamento, a região que cresce em ritmo mais acelerado é a Ásia-Pacífico, que pode atingir um volume de transações sem dinheiro de 109% até 2025 e nos anos seguintes de 76% de 2025 a 2030.
Seguindo este ranking de crescimento, em seguida vem a África (78%, 64%) e Europa (64%, 39%). A América Latina aparece logo após com (52%, 48%) e com os EUA e Canadá crescendo em um ritmo menos acelerado (43%, 35%).
Cerca de 78% dos entrevistados para o relatório acreditam que as instituições asiáticas devem avançar num ritmo mais veloz em direção a globalização e convergência até o ano de 2025, fazendo com que entidades da Europa e das Américas tenham que se esforçar ainda mais para acompanhar esse desenvolvimento.
O estudo analisou o volume de pagamentos em tempo real de 53 países, nos quais ficou constatado que os governos que investem na modernização e infraestrutura nacional de pagamento criam um ecossistema vantajoso para todos os participantes: consumidores, empresas e instituições financeiras.
E neste cenário, as instituições governamentais estimulam o crescimento econômico e reduzem o tamanho da economia paralela. Aqui no Brasil essa consolidação tem se dado através do Pix, o sistema de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central, que acelerou as operações invisíveis no país.
Além disso, na última terça-feira (31), começou a segunda etapa da fase quatro do Open Banking no Brasil. com ela, o projeto de ecossistema aberto é, de fato, ampliado com a possibilidade de compartilhamento de dados transacionais (informações sobre contas, renda, entre outros) de investimentos, seguros, câmbio, previdência complementar aberta e contas-salário, bem como compartilhamento de informações sobre as características dos produtos e serviços dessas categorias disponíveis para contratação no mercado.
Este processo está a todo vapor e tem modificado a maneira como as empresas vendem seus produtos e serviços e, consequentemente, como os usuários compram e pagam por eles. Além de evidenciar cada vez mais que o dinheiro físico poderá cair em desuso muito antes do que imaginamos.
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